Tem três visões bem definidas a cerca dos padrões mercadológicos
das bandas de rock, até mesmo em nível mundial. Mesmo nesta atual era onde praticamente
não se vende mais discos, artistas consagrados mantém suas carreiras em padrões
milionários por conta de grandes shows lotados e pela presença constante nas
grandes mídias. Nomes como AC/DC, Metallica, Paul McCartney, Iron Maiden, Rolling
Stones, Kiss, U2, Pearl Jam, Roger
Waters e alguns outros afortunados arrastam milhões de pessoas para suas
apresentações, dos mais variados níveis de faixas etárias. Além disso, não é
raro nos depararmos com suas apresentações em canais de televisão (mesmo em TV
Aberta). E não tem muitos problemas para se acertarem com gravadoras.
Do outro lado da moeda existe o que chamamos de cena
underground. Bandas que normalmente não recebem um centavo para mostrar seu
trabalho ao público. Gravam e produzem seus shows por conta própria. Fazem por
amor e muitas vezes sem nenhuma expectativa de se estabelecerem em padrões
profissionais da música. Não raramente se escorando na ideologia para manter
sua arte. Bandas de metal extremo (thrash, death, black metal) ou punk/hardcore
ou até mesmo de white metal, tocando em festivais religiosos. Tais artistas dificilmente
conseguem contratos com algum selo (mesmo que minúsculo) ou com renomados
produtores e agentes de shows.
E ainda poderíamos citar o mercado das bandas cover, que
reproduzem músicas de artistas consagrados, tocando na noite (em bares ou casas
de shows) em troca de cachês irrisórios, mas ainda assim tendo satisfação por
executar temas que gostam e se fazerem conhecidos na cena local onde atual.
Mas como poderíamos classificar nomes como Angra, Dr. Sin, Ratos
de Porão, Blues Etílicos, Cachorro Grande, Made in Brazil ou mesmo bandas
gringas como Machine Head, Hammerfall, Deicide, Sonata Arctica e Destruction
(para dar uma variada nos segmentos)? As vendas de seus álbuns são
insignificantes perante os medalhões lá de cima. A assistência média de seus
shows se situa na casa de 1.000 a 5.000 expectadores. Mas elas já estão há
muito tempo longe do underground. Existe um padrão mínimo de produção de seus
shows em termos de estrutura. E (salvo pouquíssimas exceções) nunca aparecem em
canais de mídia de massa, apenas em veículos especializados (sites, revistas).
Nem extremamente populares, nem underground. Seriam elas da classe média do
mercado musical? Ou poderíamos dividir o
underground entre duas categorias: daqueles que recebem por sua música e
daqueles que a executam por prazer e ideologia? Teríamos o underground pobre e
o rico?
Fica a dica para reflexão, para aqueles que acompanham a
cena contemporânea do rock, que vive em constante mutação, do ponto de vista
mercadológico.