O papo agora é sobre Axl Rose. O cara foi sem dúvida uma revolução do
rock na virada dos 80 pros 90. "Apetite For Destruction" será sempre
um dos melhores discos de estreia (e também do rock) da história do mundo rock
and roll. Aí veio a fama, as vendas, o estrelado e o Guns se diluiu. Slash, o
grande pilar fez outras coisas com outras bandas, e uma formação frankstein do
Guns andou perambulando por aí. Um disco muito comentado chamado "Chinese
Democracy", que durou 20 anos pra sair, no final se mostrou um grande
engodo, em termos de composições. Quando tudo era só história, eis que uma
reunião dos membros principais pos o Guns N' Roses de novo na mira da atenção
do showbiz.
Comentários sobre uma reunião envolta a muitos dólares, desconfianças,
rejeições. e eis que Mr. Rose reaparece cantando muito bem. Interpretando sua
própria obra, mas de maneira madura e com performances rejuvenescidas. Parece que
o cara encontrou uma zona de performances vocais que combina seu poder limitado com
sua idade. E, não é que o cidadão mandou bem?
Então, eis que uma das maiores bandas de todos os tempos, 300 Terabytes de
conteúdo acima de Guns, anuncia o afastamento de seu vocalista, Brian Johnson, ativo com a esquadra australiana desde 1980. E, não demorou pra boatos, fotos,
flagrantes anunciarem que o americano Axl seria o novo vocalista.
Fãs antigos,
puristas, AC maniacs, regurgitando manifestações contra esse encontro. Gente
falando que era uma jogada de marketing, unir um monstro do rock a um
vocalista há tempos no ostracismo, mas que detém um holofote eterno no cenário
mundial da música rock.
Claro que achei um absurdo. São escolas diferentes. Mas o mundo da música é muito surpreendente. E não é que
funcionou? Pelos primeiros vídeos divulgados algumas músicas ficaram muito boas
na voz do cantor do Guns. Acho que, nós velhos e tradicionais consumidores do
modelo definido das grandes bandas, às vezes somos muito radicais no sentido de
mudanças, no sentido de alterar um modelo forjado há muitas décadas. E deixamos
de enxergar que a qualidade final de alguns arranjos pode ser boa, agradável e
não ferir a qualidade conhecida de determinada banda.
Não me excluo dessa lista. AC/DC é lenda. Figura constante nos TOP 10
dos mais fervorosos cultuadores do universo rock and roll. Assim como torci meu
nariz para essa nova formação da banda, mas rock and roll é atitude, inconformismo
cultural e mente aberta pra qualquer novo formato de textura musical. Então
posso afirmar, no alto do meu ávido purismo clássico aos formatos rock já
forjados até hoje, que fico contente com a performance de Axl junto ao AC
(pelos parcos vídeos até agora do show de Portugal, em Maio de 2016).
Esperava um
desastre e me deparei com uma alegre surpresa. Axl, que há 8 meses estava morto no mundo do rock, ressurge com 2 gigantescas
frentes. Volta a ser falado, volta a ser notícia. Mas o mais agradável de tudo,
volta a ter, no mínimo um bom desempenho artístico, fazendo as vozes de forma
complacente, de duas bandas eternamente históricas. Não vai ser pra sempre, Bon
se foi, Brian se afasta por doença. Se a estrada do inferno da banda se mostra
bem encaminhada, pelo menos que seja de forma marcante e rebelde. Como foi
sempre o rock and roll do AC/DC.